domingo, julho 25, 2010

Vera Mantero II

Definitivamente, e se não for mais nada que alcance, os títulos das obras são um tanto.

Fica como reflexão também
(para que saibamos estar em silêncio,
mas queiramos sair da escuridão.
Ou parar de olhar para a luz que nos cega.):

"Para onde vai a luz quando se apaga?"

sexta-feira, julho 23, 2010

Vera Mantero com Palhaçadas sérias do Zé


                                 "Vamos sentir falta de tudo aquilo que não precisamos..."


É o nome da Obra que fui ver muito a medo. Apenas porque nunca tinha percebido esta coreógrafa/bailarina. Ao ponto de olhar com ar de gozo, para quem me desafiou, pois achei que nunca iríamos perceber. Como se a Arte fosse como tudo o resto que tentamos entender...

O que é certo é que muita gente saiu a maldizer o preço que pagou, outros em êxtase como em todas as obras dela que elogiam. E eu, finalmente, entendi que a Arte depende mais de mim do que do autor. Do meu estado de espírito, da minha abertura.

Naquele dia, com a nossa conversa sobre a Vida
(qual menina vistosa em aldeia invejosa da sua juventude e beleza e sociabilidade com o género masculino),
mais falada não há, sobre o não haver mal em não sabermos o passo a seguir, em não querermos a vida igual à dos outros, em conquista de nós mesmos
(longe eu de saber que ia mesmo decidir pelo passo que vou tomar)

Sei que a mim "Vamos sentir falta de tudo aquilo que não precisamos..." fez-me todo o sentido pelo desprendimento, pelo esvaziar das nossas cabeças, dos nossos pré-conceitos, para me aperceber que perdemos muito tempo com o menos importante, que não deixamos a cabeça ocupar-se do que é essencial e necessário, que tantas vezes vivemos adormecidos em sociedade, o que automaticamente anula o sentido de viver em sociedade...

O espectáculo, longo em desespero e repetição, punha seis pessoas em palco, uma de cada vez, a levar cabeças de manequim e a tirar de lá de dentro,
espalhando num chão cada vez mais caótico e colorido e confuso e familiar
tudo aquilo do qual as cabeças se ocupavam: carros, cartões, rebuçados, molas, bolas...
Não teve praticamente palavras, apenas uma música brasileira (e que infelizmente não consegui identificar...) lá para o final. Uma mensagem final de esperança, de não entrar em desespero, de não andar a correr quando o destino é "lado nenhum".


Foi em Junho, mês das cerejas e das conversas infindáveis e inconcluídas... sete anos depois.
Abraço palhaço, Palhaço!

quinta-feira, julho 22, 2010

"Se admitirmos que a vida humana pode ser regida pela lógica, a própria possibilidade da vida é destruída."






(Christopher McCandless, Into the Wild) 

quarta-feira, julho 21, 2010

JoanÍndia em http://joanindia.blogspot.com

"Winston Churchill disse que "factos são melhores do que sonhos". Eu digo que, de Lisboa a Goa na maior aventura da minha vida... Cheiros, rostos, letras, ruídos e impressões. As minhas, pois então!"

Este é o blog onde me podem acompanhar também a partir de Agosto! Porque é mais a este que estarei dedicada em terras do Oriente.


"Pela naturalidade com que toda a gente me chama Joaninha, o nome do blog simboliza a minha estadia na Índia. Com o entusiasmo e medo próprios. Vamos ver como é que a pele branca fica em 5 meses! =)"

domingo, julho 18, 2010

Don Basilio

"Don Basilio era um homem de aspecto feroz e bigodes frondosos que não pactuava com parvoíces e subscrevia a teoria de que o uso liberal de advérbios e excessiva adjectivação eram coisas de pervertidos e de gente com deficiências vitamínicas. Sempre que descobria um redactor com tendência para a prosa com floreados mandava-o escrever a necrologia durante três semanas. Se após a purga, o indivíduo se mostrava reincidente, Don Basilio destacava-o a título definitivo para a secção dos lavores."

Don Basilio vive em mim como o intimidante. Irá ser aquele que me impele.

"-Não se entusiasme, rapazote. Diga-me lá, o que pensa do uso generoso e indiscriminado de advérbios e adjectivos?
-Que é uma vergonha e que deveria estar tipificado no código penal - respondi com a convicção do converso militante."

Carlos Ruiz Zafón, "O jogo do anjo"

quarta-feira, julho 14, 2010

Ensaio sobre a Inveja em Portugal: contributo para um exorcismo colectivo, by ACA

"A inveja é a religião dos medíocres", Carlos Ruiz Zafón em O Jogo do Anjo

A propósito deste tema, percam um bocadinho (ou antes, encontrem!) para ler o texto abaixo de um amigo. Muito bem elaborado e exposto. Um texto para volta e meia reler:

"Ensaio sobre a Inveja em Portugal: contributo para um exorcismo colectivo":
http://www.facebook.com/Joana.Marto#!/andrecdalmeida?v=app_2347471856

(em princípio só conseguirá quem tenha Facebook. Para os outros, peçam-me que eu envio por email.)

sábado, julho 10, 2010

" Um escritor nunca esquece a primeira vez em que aceita umas moedas ou um elogio a troco de uma história. Nunca esquece a primeira vez em que sente no sangue o doce veneno da vaidade e acredita que, se conseguir que ninguém descubra a sua falta de talento, o sonho da literatura será capaz de lhe dar um tecto, um prato de comida quente ao fim do dia e aquilo por que mais anseia: ver o seu nome impresso num miserável pedaço de papel que certamente lhe sobreviverá. Um escritor está condenado a recordar esse momento pois nessa altura já está perdido e a sua alma tem preço."

Carlos Ruiz Zafón, "O jogo do anjo"

Enquanto o sonho da literatura não acontece, acontecem o dos escritos pontuais mais ou menos inspirados.
Enquanto o sonho do grande feito não acontece, acontece o do pequeno feito, na minha pequenez, do outro lado do mundo...

quinta-feira, julho 08, 2010

Onicofagia

nas duas semanas e dois dias em que estive a ter a certeza que não era aquilo que queria fazer, a procrastinar uma situação inevitável, tive tempo de aprender como se chama um hábito que te faz parte (sem orgulho da minha parte...). E se me desses beijinhos, instead?

quarta-feira, julho 07, 2010

Assim não tem graça viver...

"Especialista de todos os trabalhos ocultos. Resultados rápidos e garantidos. Dotado de dom Herditário. Ele resolve todos os problemas mesmo os casos mais desesperados: amor, negócios, casamento, impotência sexual, insucessos, depressão, doenças espirituais, sorte ao jogo, protecção, retorno imediato e definitivo de quem amar, harmonia matrimonial e fidelidade absoluta estre esposos. Se quiser prender uma vida nova e pôr fim a tudo o que lhe preocupa, procure o Mestre MAMADU, ele tratará o seu problema com rapidez, honestidade e eficácia. Consultas das 9h às 22h de Segunda a Domingo, pessoalmente ou por carta, pagamento depois do resultado."

Pois que recebi isto em duas portas de metro diferentes com a diferença de 3 dias. Reproduzi-o como no pequeno quadrado de cartão, pelo que "herditário" foi propositadamente mal escrito.
Fiquei confusa:
1) o senhor recebe de segunda a domingo ou todos os dias?
2) será que só resolve os problemas acima se eles estiverem ocultos, ou só não garante quando os problemas são conhecidos?
3) resolve problemas mesmo os mais desesperados como "sorte ao jogo"? "Retorno imediato de quem amar"? De "harmonia e fidelidade absoluta"? Mas há alguém que tenha isto como problemas?
4) se trabalha com honestidade, rapidez e eficácia, porque não é ele bancário?
5) e mais importante que tudo...


                              ............. com este senhor na nossa vida... onde está a responsabilidade sobre os nossos actos, o livro-arbítrio, o resolver a nossa própria vida?
Fogo... estraga as surpresas todas...

segunda-feira, julho 05, 2010

Estou sempre a tentar perder peso...



Mas ele encontra-me sempre!

;)






( Venus de Willendorf)

sexta-feira, julho 02, 2010

"Não siga apenas pelo caminho traçado, pois isso levá-lo-á somente onde outros foram"
(Graham Bell)

quinta-feira, julho 01, 2010

Bintoito











Não te rendas, ainda estás a tempo
De alcançar e começar de novo,
Aceitar as tuas sombras,
Enterrar os teus medos,
Libertar o lastro,
Retomar o vôo.

Não te rendas que a vida é isso,
Continuar a viagem
Perseguir os teus sonhos,
Destravar o tempo,
Remover os escombros,
e destapar o céu.

Não te rendas, por favor não cedas,
Mesmo que o frio queime,
Mesmo que o medo morda,
Mesmo que o sol se esconda,
E se cale o vento,
Ainda há fogo na tua alma
Ainda há vida nos teus sonhos.

Porque a vida é tua e teu também o desejo
Porque o quiseste e porque eu te quero
Porque existe o vinho e o amor, é certo.
Porque não há feridas que não cure o tempo.

Abrir as portas,
Tirar os ferrolhos,
Abandonar as muralhas que te protegeram,
Viver a vida e aceitar o repto,
Recuperar o riso,
Ensaiar um canto,
Baixar a guarda e estender as mãos
Abrir as asas
E tentar de novo,
Celebrar a vida e retomar os céus.

Não te rendas, por favor não cedas,
Mesmo que o frio queime,
Mesmo que o medo morda,
Mesmo que o sol se ponha e se cale o vento,
Ainda há fogo na tua alma,
Ainda há vida nos teus sonhos
Porque cada dia é um começo novo,
Porque esta é a hora e o melhor momento.
Porque não estás só, porque eu te amo.

Mário Benedetti (copiado de outro blog :))