quinta-feira, maio 27, 2010

Orquídeas, Luís Filipe Parrado

Foi um erro substituir
por orquídeas
as flores artificiais
no centro da mesa.
Exigem luz, cuidados,
uma humidade temperada.
Bem as conheço:
flores venenosas
donas de uma beleza gratuita.
Às outras bastava passar
o pano do pó às vezes,
nem olhava para elas,
para as suas folhas baças,
para os seus ramos secos de arame;
estas ensinam-me, com esplendor, a tua morte,
a ferida com que o mundo vai acabar.

Eu gosto de orquídeas. Não as sei manter. Não as sei amar.
Mas, às vezes, quase aposto... que elam me conseguem ver. De facto.

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