quarta-feira, maio 05, 2010

à lucidez do vinho vivo...

Os dois bebemos a noite toda, sem parar,
entre conversas, onde nada se dizia
e tudo se calava em gritaria
        sem medo de cantar.

Oh, a minha primeira noite sem dormir!
E vi nascer o dia, à chuva, deslumbrado,
cambaleando em passo lento, enlameado,
        com medo de cair.

Contigo contemplei, em tom profundo,
a cor da lucidez do vinho vivo,
vagabundagem com som próprio e sentido,
       até ao fim do mundo!

(António Barahona)

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