segunda-feira, dezembro 27, 2010

Tanta letra para falar dos beijos de mel...

Adoro isto: as vezes que ouvi esta música e até vi ao vivo. E só agora me atingiu!
Ful-mi-nan-te-men-te! (xinameu! que palavra grande!)



Baby, I can't figure it out
Your kisses taste like honey
Sweet lies don't gimme no rise
Oh, what you're trying to do

Livin' on your cheatin'
and the pain grows inside me
It's enough to leave me crying in the rain
Love you forever but you're driving me insane
And I'm hanging on
Oh, oh, oh, oh

I'll win, I'll never give in
Our love has got the power
Too many lovers in one lifetime
Ain't good for you
You treat me like a vision in the night
Someone there to stand behind you
When your world ain't working rightI ain't no vision,
I am the girl
who loves you inside and out
Backwards and forwards with my heart hanging out
I love no other way
What are we gonna do if we lose that fire

Wrap myself up and take me home again
Too many heartaches in my lifetime ain't good for me
I figure it's the love that keeps you warm
Let this moment be forever
We won't ever feel the storm
I ain't no vision, I am the girl
Who loves you inside and out
Backwards and forwards with my heart hanging out
I love no other way
What are we gonna do if we lose that fire

Don't try to tell me that it's over
I can't hear a word I can't hear a line
No girl could love you more
And that's what I'm cryin' for
You can't change the way I feel inside

You're the reason for my laughter and my sorrow
Blow out the candle I will burn again tomorrow
No man on earth can stand between my lovin' arms
And no matter how you hurt me, I will love you till I die
I ain't no vision, I am the girl
Who loves you inside and out
Backwards and forwards with my heart hanging out
I love no other way
What are we gonna do if we lose that fire
Loves you inside and out
Backwards and forwards with my heart hanging out
I love no other way
What are we gonna do if we lose that fire

Inside and out
Inside and out
Inside and out
Inside and out

Inside and out
Inside and out

sábado, dezembro 25, 2010

Tia Ana

I see the countless
Christmas trees
around the world below
With tiny lights, like Heaven's stars,
reflecting on the snow

The sight is so spectacular,
please wipe away the tear
For I am spending Christmas with
Jesus Christ this year.

 
I hear the many Christmas songs
that people hold so dear
But the sounds of music can't compare
with the Christmas choir up here.


I have no words to tell you,
the joy their voices bring,
For it is beyond description,
to hear the angels sing.


I know how much you miss me,
I see the pain inside your heart.
But I am not so far away,
We really aren't apart.


So be happy for me, dear ones,
You know I hold you dear.
And be glad I'm spending Christmas
with Jesus Christ this year.


I sent you each a special gift,
from my heavenly home above.
I sent you each a memory
of my undying love.


After all, love is a gift more precious
than pure gold.
was always most important
the stories Jesus told.


Please love and keep each other,
my Father said to do.
I can't count the blessing or love
has for each of you.

So have a Merry Christmas and
Wipe away that tear
Remember, I am spending Christmas with
Jesus Christ this year


(escrito por um menino, Ben, de treze anos que morreu da mesma doença e que deixou este poema à mãe a 14 de Dezembro de 1997, dia em que morreu)

sexta-feira, dezembro 24, 2010

terça-feira, dezembro 14, 2010

O dia em que um éclair me escolheu...

à semelhança do início do ano... ando a ficar ressacada!
este éclair (bom bom bom!) foi parar-me às mãos assim... escolhi eu o éclair ou o éclair escolheu-me a mim.
nunca sei.

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Ó Pessoa, fala-me de amor...


 
O AMOR é que é essencial.
O sexo é só um acidente.
Pode ser igual
Ou diferente.
O homem não é um animal:
É uma carne inteligente,
Embora às vezes doente.

terça-feira, dezembro 07, 2010

Aforismo tântrico

"Os mesmos actos capazes de arrastar o ignorante para as profundezas do inferno, pode levar o homem sábio à máxima libertação."

domingo, dezembro 05, 2010

Sono, uma definição: não é, mas podia ser

"Sinto que, ao cruzar a cancela, não estarei entrando em nenhum lugar, mas saindo de todos os outros."


Já não bastava a música boa e a voz funda...
Este homem sempre no caminho... mas sem estorvar =)

quinta-feira, dezembro 02, 2010

"Quem fala não sabe. Quem sabe não fala. Já dizia Salomão: relho para cavalo, freio para jumento, e uma vara para as costas dos insensatos."

in, Um estranho em Goa, José Eduardo Agualusa

quarta-feira, dezembro 01, 2010

 O sorriso
Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz lá dentro,
apetecia entrar nele, tirar a roupa, ficar nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.

Eugénio de Andrade

segunda-feira, novembro 29, 2010

"- Meu amigo...

... a vida tem tantos prodígios como desgraças, e Deus é precavido ao nos dar quatro membros. O coração é que é só um e convém que lhe continue a bater, robusto."

(Rudolfo, A casa-comboio, Raquel Ochoa)

Tenho lido.
E nesta altura é o que mais quero cuidar.

sábado, novembro 27, 2010

Por só me lembrar de ti,

pelas memórias, pelos vídeos "caseiros" a cantar, pelas vezes que cantamos juntos sem receio e alto (e pelas vezes em que foste o primeiro a achar que canto bem...), pelo David, pelo pedido que ficou suspenso até ao final do concerto, e todos os selinhos trocados entre cada som igual ao anterior. Porque também é aqui que me encontro.

Porque "you know who I (really) am".

sexta-feira, novembro 26, 2010

A morte é um lugar estranho :'(

"Aqui vai o meu email.
Bom regresso a casa :)

Beijinho de Goa para Lisboa
Joana"

Quando escrevi esta mensagem, não sabia dizer a que casa chegavas. Agora que nunca vais ler este email, sei que te estava a desejar bom regresso à casa do Pai.
Vai em paz.
Nós aqui, terrenos, continuamos sem saber como a construir.

quarta-feira, novembro 24, 2010

Gostar de um poema não é o mesmo que vivê-lo

Nada me importa a mí dolor presente
Nada me importa a mí dolor pasado
El porvenir lo espero indiferente
Lo mismo es ser feliz que desgraciado.

Angel Almenares

(e na verdade, não acredito que um anjo tivesse escrito isto...)

terça-feira, novembro 23, 2010

sábado, novembro 20, 2010

Olhá letra!

Não foi esta a música mas podia ter sido. E ganhou!
Ouvida no outro lado do mundo: deste onde estou.
Esta que ponho é pela letra. Nesta altura, uma das melhores: neste ponto onde estou.



Deolinda "Um Contra O Outro"

Anda, desliga o cabo,
que liga a vida, a esse jogo,
joga comigo, um jogo novo,
com duas vidas, um contra o outro.

Já não basta,
esta luta contra o tempo,
este tempo que perdemos,
a tentar vencer alguém.

Ao fim ao cabo,
o que é dado como um ganho,
vai-se a ver desperdiçamos,
sem nada dar a ninguém.

Anda, faz uma pausa,
encosta o carro,
sai da corrida,
larga essa guerra,
que a tua meta,
está deste lado,
da tua vida.


Muda de nível,
sai do estado invisível,
põe o modo compatível,
com a minha condição,
que a tua vida,
é real e repetida,
dá-te mais que o impossível,
se me deres a tua mão.


Sai de casa e vem comigo para a rua,
vem, q'essa vida que tens,
por mais vidas que tu ganhes,
é a tua que,
mais perde se não vens.

Anda, mostra o que vales,
tu nesse jogo,
vales tão pouco,
troca de vício,
por outro novo,
que o desafio,
é corpo a corpo.

Escolhe a arma,
a estratégia que não falhe,
o lado forte da batalha,
põe no máximo o poder.

Dou-te a vantagem, tu com tudo, eu sem nada,
que mesmo assim, desarmada, vou-te ensinar a perder.

Sai de casa e vem comigo para a rua,
vem, q'essa vida que tens,
por mais vidas que tu ganhes,
é a tua que,
mais perde se não vens.

quinta-feira, novembro 18, 2010

terça-feira, novembro 16, 2010

Não quero jurar...

... mas acho que li isto em Vergílio Ferreira, ou pelo menos a propósito dele: "há mais verdade numa couve que em toda a filosofia."

Ainda assim...
"Tudo morre, tudo acaba na barriga das minhocas! Não há futuro."
"O terror da morte morre com aquilo que se perde."

sábado, novembro 13, 2010

Sugestão literária

ao abrir este livro... volto a sentir-me tão feliz.
Com tudo e todas as Graças. Tudo é benção e celebro aqui a Vida.
Porque me encontro tanto nestas páginas. A mim e a vocês =)
Saudadinhas catitas... estou quase aí...

sexta-feira, novembro 12, 2010

Quem tiver mais, ponha-se em "fila indiana" =P

(O carácter internacionalista do povo Português!)
Se tem um problema intrincado... Vê-se grego.
Se não compreende alguma coisa... "Aquilo" é chinês.
Se trabalha de manhã à noite... Trabalha como um mouro.
Se vê uma invenção moderna... É uma americanice.
Se alguém fala muito depressa... Fala como um espanhol.
Se alguém vive com luxo... Vive à grande e à francesa.
Se alguém quer causar boa impressão... É só para inglês ver.
Se alguém tenta regatear um preço... É pior que um cigano.
Se alguém é agarrado ao dinheiro... É pior que um judeu.
Se vê alguém a divertir-se... Está a gozar que nem um preto.
Se vê alguém com um fato claro vestido... Parece um brasileiro.
Se vê uma loura alta e boa... Parece uma autêntica sueca.
Se quer um café curtinho... Pede uma italiana.
Se vê horários serem cumpridos... Trata-se de pontualidade britânica.
Se vê um militar bem fardado... Parece um soldado alemão.
Se uma máquina funciona bem... É como um relógio suíço.
Mas quando alguma coisa corre mal...

                                                                                     ...É "à PORTUGUESA".

quarta-feira, novembro 10, 2010

17 de Janeiro

Hoje recebi um telefonema muito importante e feliz.
Fiquei cheiinha e orgulhosa.
Fiquei com mais saudades e vontades de apertar, de mandar mensagens das que sabemos em puro delírio e parvoíce.

E principalmente pensei que ja está na altura de fazer o que uma pessoa, que às vezes me deixava em "Branco", dizia:
"- Cala-te e escreve!"

=) Parabéns amiga! Estou na mesma nuvem que tu!!

segunda-feira, novembro 08, 2010

"Movimentos amplos e outras acções"

Andava para lê-lo há um tempo e agora que estou rendida, descobri que guardara há uns tempos (13 de Maio 2007) uma folha de revista que aqui transcrevo.

HISTÓRIA TRÁGICA
Engordara tanto que designava como "excursão" o movimento de se deslocar do quarto para a sala.
Engordou ainda mais.
Agora "excursão" era todo omovimento feito por qualquer um dos braços.
Engordou ainda mais.
Fazer uma excursão passou a ser o acto, não de mexer um braço, porque já não conseguia, mas de mexer os dedos de uma das mãos.
Por exemplo, quando um amigo saía de sua casa e se despedia com um aceno, ele respondia:
- Eu também te diria adeus, mas hoje já não aguento mais excursões.
Quando lhe perguntavam quantas pessoas o tinham vindo visitar, o acto de afastar o dedo indicador dos outros dedos, elevando-o, era para ele considerado como "a sua aula de ginástica".
Levantar dois dedos era o correspondente a duas aulas de ginástica. Três dedos, três aulas. E assim sucessivamente.

MOVIMENTO
O comboio é uma cadeira que anda.

REPETIR
Não há apenas uma forma de repetir uma coisa. Há 100 formas diferentes de repetir a mesma coisa. E a cada uma delas podes chamar criação.

MEMÓRIA INSTÁVEL
O século passado ainda se move.

NÃO FALES, FAZ
As acções produzem menos sons que as palavras. No entanto, um país modifica-se mais com as acções.
No silêncio as acções avançam mais rápido. Por isso, o golpe do mudo será decisivo.

PROPRIEDADE
O conhecimento principal de que são proprietárias as crianças é a curiosidade.

DOIS TIPOS DE COMPROMISSOS
Há trocas de versos (eu dou-te um verso, tu dás-me outro) que unem mais dois homens do que uma escritura legal com testemunhas e notário. (se isto fosse o facerbooker... eu clicava "Gosto" nisto) :)

Gonçalo M. Tavares

sábado, novembro 06, 2010

Nostalgia, melancolia e disenteria...

E depois dá-me para estes apelos Vergilianos:

"Morde a língua, range os dentes, bate o pé e mantém-te firme; dói viver!"

sexta-feira, novembro 05, 2010

"...a solidão não é viver só, a solidão é não sermos capazes de fazer
companhia a alguém, ou a alguma coisa que está dentro de nós, a
solidão não é uma árvore no meio duma planície onde só ela esteja, é a
distância entre a seiva profunda e a casca, entre a folha e a raiz..."

José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis

quarta-feira, novembro 03, 2010

"You cannot discover new skies unless you have the courage to lose sight of the land"

segunda-feira, novembro 01, 2010

"Happiness keeps you Sweet,
Trials keeps you Strong,
Sorrows keeps you Human,
Failures Keeps you Humble,
Success keeps you Glowing,

But only God Keeps you Going..."

quarta-feira, outubro 27, 2010

Oh happy day...

"... sentiu uma fraqueza nas pernas...

... inspirada por uma indolência de vagarosa entrega. A confluência dos olhos fez-lhes arder o olhar. Cerraram-nos mas mesmo assim viam chamas. Os lábios uniram-se, o rosto de Piedade inclinou-se e o mundo inteiro amparou a vertigem que os dois, qual posição mágica, haviam bebido."

(A casa-comboio, Raquel Ochoa)

Desta vez, celebramos juntos.

terça-feira, outubro 26, 2010

More wine, for me!

"I only drink champagne when i'm happy, and when i'm sad.
Sometimes i drink it when i'm alone. When i have company, i consider it obligatory. I trifle with it if i am not hungry and drink it when i am. Otherwise i never touch it. Unless i'm thirsty"
Lily Bollinger (podia ser uma piada de mau gosto mas chama-se mesmo L.I.L.Y.)

"I have enjoyed great health at a great age because everyday since i can remember i have consumed a bottle of wine except when i have not felt well.
Then i have consumed two bottles."
Bishop of Sevilha

in Republica of Noodles, Goa

domingo, outubro 17, 2010

Fixing Us...

Fix You, Coldplay
When you try your best, but you don't succeed
When you get what you want, but not what you need
When you feel so tired, but you can't sleep
Stuck in reverse

When the tears come streaming down your face
When you lose something you can't replace
When you love someone, but it goes to waste
Could it be worse?

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you

And high up above or down below
When you're too in love to let it go
If you never try, then you'll never know
Just what you're worth

Lights will guide you home
And ignite you bones
And I will try to fix you

Tears stream down your face
When you lose something you cannot replace
Tears stream down your face
And I...

Tears stream down your face
I promise you that I'll learn from my mistakes
Tears stream down your face
And I...

Lights will guide to home
And ignite to bones
And I will try to fix you

sábado, outubro 02, 2010

"um amor é só um mal que pode ou não vir por bem"

(A casa-comboio, Raquel Ochoa)

segunda-feira, setembro 27, 2010

Prometo pirosada...

... todos os dias 27 :)



 "Feels like, I'm standing in a timeless dream
Of light mists, of pale amber rose
Feels like, I'm lost in a deep cloud of heavenly scent
Touching, discovering you

Those days, of warm rains come rushing back to me
Miles of windless, summer night air
Secret moments, shared in the heat of the afternoon
Out of the stillness, soft spoken words

I love you, always forever
Near and far, closer together
Everywhere, I will be with you
Everyday, I will devour you
I love you, always forever
Near and far, closer together
Everywhere, I will be with you
Everyday, I will devour you

You've got, the most unbelievable
blue eyes I've ever seen
You've got, me almost melt away
As we lay there, under a blue sky
with pure white stars
Exotic sweetness, a magical time

Say you'll love, love me forever
Never stop, not for whatever
Near and far and always and
everywhere and everything

Say you'll love, love me forever
Never stop, not for whatever
Near and far and always and
everywhere and everything

Say you'll love, love me forever
Never stop, not for whatever
Near and far and always and
everywhere and everything"


Ahahahaha... serve para provar que a música acabou nos anos 80... não acreditam em mim :)

domingo, setembro 26, 2010

"Mas o que é isto...

de não controlarmos o que sentimos? Haverá estado mais fatigante do que o amor desencontrado? É como ter a certeza de onde se quer chegar, caminhar no encalço desse destino, mas não saber a direcção certa, andar, andar.
Sentir os pés mordidos pelo cansaço, reconhecer ruas onde já passámos repetidamente, num labirinto confuso,
Apenas com a esperança da surpresa de que esse outro alguém percorra as mesmas ruas, sentindo os mesmos receios e desejos.
E por desencontros da atracção, continuam sem se o cruzar.
Até que um dia nos sentemos no mesmo banco da praça...
Rudolfo."
(A casa-comboio, Raquel Ochoa)

Já fui Rudolfo. É uma lembrança que não gosto muito de lembrar excepto pelo simples facto de me encontrar aqui.

"O tempo que se perde..." (perdeu) "na discussão teórica dos problemas"

sábado, setembro 25, 2010

"Life is life"

um "clássico" na esperança, boa onda e descomplicação (numa voz nova, para mim).
a vida é tanto do que nós nem desconfiamos e está às vezes tão longe do que nós pensamos e procuramos incessantemente.
vagamente.

Life is Life - versão Mikkel Solnado (original Opus)


Life
Life is life

Liiiiiiiife
When we all give the power
We all give the best
Every minute of an hour
Don't think about the rest
And you all get the power
You all get the best
When everyone gets everything
And every song everybody sings


And it's life
Life is life
Life is life when we all feel the power
Life is life come on, stand up and dance
Life is life when the feeling of the people
Life is life is the feeling of the band
When we all give the power
We all give the best
Every minute of an hour
Don't think about the rest
Then you all get the power
You all get the best
When everyone gives everything
And every song everybody sings

And it's life
Life is life

And you call when it's over
You call it should last
Every minute of the future
Is a memory of the past
Cause we all gave the power
We all gave the best
And everyone gave everything
And every song everybody sang

Life is life

quarta-feira, setembro 22, 2010

O que há

"O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas
Essas e o que falta nelas eternamente
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,

Um supremíssimo cansaço,
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço..."


Álvaro de Campos

Já comentei como adoro o nome Álvaro?

terça-feira, setembro 21, 2010

"Three Little Birds"

Sabem aquela do mais vale um pássaro na mão...?
Resta saber o que é o passáro e os dois que voam.

Eu entretanto vou voando por terras longínquas. Às vezes ia jurar que toco as nuvens. Serão nuvens ou só prenúncio de tempestade?

Não antecipar... every little thing gonna be all right.

domingo, setembro 19, 2010

sexta-feira, setembro 17, 2010

They just started to fly...

Já recebi a primeira carta... e já comecei a enviar também...
Adoro the old fashion way... it's so refreshing new =)

quarta-feira, setembro 15, 2010

Ando a tentar ler...

... para ver se consigo voltar a escrever!

"... sentiu a vontade irrefreável de beijar alguém, um descontrolo imprevisível, em forma de ondas de calor que se aprisionavam nos maxilares e o faziam beber chá em quantidades improváveis. Mas a sede de amor não se apazigua com infusões"

(Raquel Ochoa, A casa-comboio)

segunda-feira, setembro 06, 2010

This message is for you!

Já lá vai um mês que viajam comigo.
Obrigada! É muito mais fácil quando, mesmo longe, nos sentimos amados.
Carrego-vos, sem peso nenhum, nesta grande empresa! Por todas as ruas e vielas, porque todos os caminhos me vão dar a vocês.

sábado, setembro 04, 2010

MEC a provar que escrever bem faz ponto de vista

Nunca aqui referi esta festa e tão pouco revela a minha cor ou inclinação partidária. Mas por estar bem escrito, por estar assertivo embora extenso, e por achar que às vezes os preconceitos que criamos, (em tudo, sobre todas as coisas), têm muitos significados, e para muita gente. Tornam comum tantos valores e ideiais para lá das ideologias, para cá da fácil chacota. Criam pontes de contacto com tanta gente diferente, aproximam o nosso semelhante. A festa ocorre todos os anos e participei há uns anos num dos dias. Curiosamente, no mesmo ano em que esta crónica foi escrita. É sempre no primeiro fim-de-semana de Setembro, se não me falha a memória.

É extenso, mas vale a pena!

Festa do Avante por Miguel Esteves Cardoso
“Dizem-se muitas mentiras acerca da Festa do Avante! Estas são as mais populares: que é irrelevante; que é um anacronismo; que é decadente; que é um grande negócio disfarçado de festa; que já perdeu o conteúdo político; que hoje é só comes e bebes.Já é a Segunda vez que lá vou e posso garantir que não é nada dessas coisas e que não só é escusado como perigoso fingir que é. Porque a verdade verdadinha é que a Festa do Avante faz um bocadinho de medo.O que se segue não é tanto uma crónica sobre essa festa como a reportagem de um preconceito acerca dela - um preconceito gigantesco que envolve a grande maioria dos portugueses. Ou pelo menos a mim.

Porque é que a Festa do Avante faz medo?

 É muita gente; muita alegria; muita convicção; muito propósito comum. Pode não ser de bom-tom dizê-lo, mas o choque inicial é sempre o mesmo: chiça!, Afinal os comunistas são mais que as mães. E bem dispostos. Porquê tão bem dispostos? O que é que eles sabem que eu ainda não sei?É sempre desconfortável estar rodeado por pessoas com ideias contrárias às nossas. Mas quando a multidão é gigante e a ideia é contrária é só uma só – então, muito francamente, é aterrador.Até por uma questão de respeito, o Partido Comunista Português merece que se tenha medo dele. Tratá-lo como uma relíquia engraçada do século XX é uma desconsideração e um perigo. Mal por mal, mais vale acreditar que comem criancinhas ao pequeno-almoço.BEM SEI QUE A condescendência é uma arma e que fica bem elogiar os comunistas como fiéis aos princípios e tocantemente inamovíveis, coitadinhos.É esta a maneira mais fácil de fingir que não existem e de esperar, com toda a estupidez, que, se os ignoramos, acabarão por se ir embora.

As festas do Avante, por muito que custe aos anticomunistas reconhecê-lo, são magníficas.É espantoso ver o que se alcança com um bocadinho de colaboração. Não só no sentido verdadeiro, de trabalhar com os outros, como no nobre, que é trabalhar de graça.A condescendência leva-nos a alvitrar que “assim também eu” e que as festas dos outros partidos também seriam boas caso estivessem um ano inteiro a prepará-las. Está bem, está: nem assim iam lá. Porque não basta trabalhar: também é preciso querer mudar o mundo. E querer só por si, não chega. É preciso ter a certeza que se vai mudá-lo.Em vez de usar, para explicar tudo, o velho chavão da “ capacidade de organização” do velho PCP, temos é que perguntar porque é que se dão ao trabalho de se organizarem.Porque os comunistas não se limitam a acreditar que a história lhes dará razão: acreditam que são a razão da própria história. É por isso que não podem parar; que aguentam todas as derrotas e todos os revezes; que são dotados de uma avassaladora e paradoxalmente energética paciência; porque acreditam que são a última barreira entre a civilização e a selvajaria. E talvez sejam. Basta completar a frase "Se não fossem os comunistas, hoje não haveria..." e compreende-se que, para eles, são muitas as conquistas meramente "burguesas " que lhe devemos, como o direito à greve e à liberdade de expressão.É por isso que não se sentem “derrotados”. O desaparecimento da URSS, por exemplo, pode ter sido chato mas, na amplitude do panorama marxista-leninista, foi apenas um contratempo. Mas não é só por isso que a Festa do Avante faz medo. Também porque é convincente. Os comunas não só sabem divertir-se como são mestres, como nunca vi, do à-vontade. Todos fazem o que lhes apetece, sem complexos nem receios de qualquer espécie. Até o show off é mínimo e saudável.Toda a gente se trata da mesma maneira, sem falsas distâncias nem proximidades. Ninguém procura controlar, convencer ou impressionar ninguém. As palavras são ditas conforme saem e as discussões são espontâneas e animadas. É muito refrescante esta honestidade. É bom (mas raro) uma pessoa sentir-se à vontade em público. Na Festa do Avante é automático.Dava-nos jeito que se vestissem todos da mesma maneira e dissessem e fizessem as mesmas coisas - paciência. Dava-nos jeito que estivessem eufóricos; tragicamente iluminados pela inevitabilidade do comunismo - mas não estão. Estão é fartos do capitalismo - e um bocadinho zangados.Não há psicologias de multidões para ninguém: são mais que muitos, mas cada um está na sua. Isto é muito importante. Ninguém ali está a ser levado ou foi trazido ou está só por estar. Nada é forçado. Não há chamarizes nem compulsões. Vale tudo até o aborrecimento. Ou seja: é o contrário do que se pensa quando se pensa num comício ou numa festa obrigatória. Muito menos comunista.Sabe bem passear no meio de tanta rebeldia. Sabe bem ficar confuso. Todos os portugueses haviam de ir de cinco em cinco anos a uma Festa do Avante, só para enxotar estereótipos e baralhar ideias. Convinha-nos pensar que as comunas eram um rebanho mas a parecença é mais com um jardim zoológico inteiro. Ali uma zebra; em frente um leão e um flamingo; aqui ao lado uma manada de guardas a dormir na relva.QUANDO SE CHEGA à Festa o que mais impressiona é a falta de paranóia. Ninguém está ansioso, a começar pelos seguranças que nos deixam passar só com um sorriso, sem nos vasculhar as malas ou apalpar as ancas. Em matéria de livre de trânsito, é como voltar aos anos 60.Só essa ausência de suspeita vale o preço do bilhete. Nos tempos que correm, vale ouro. Há milhares de pessoas a entrar e a sair mas não há bichas. A circulação é perfeitamente sanguínea. É muito bom quando não desconfiamos de nós.Mesmo assim tenho de confessar, como reaccionário que sou, que me passou pela cabeça que a razão de tanta preocupação talvez fosse a probabilidade de todos os potenciais bombistas já estarem lá dentro, nos pavilhões internacionais, a beber copos uns com os outros e a divertirem-se.A Festa do Avante é sempre maior do que se pensa. Está muito bem arrumada ao ponto de permitir deambulações e descobertas alegres. Ao admirar a grandiosidade das avenidas e dos quarteirões de restaurantes, representando o país inteiro e os PALOP, é difícil não pensar numa versão democrática da Exposição do Mundo Português, expurgada de pompa e de artifício. E de salazarismo, claro.Assim se chega a outro preconceito conveniente. Dava-nos jeito que a festa do PCP fosse partidária, sectária e ideologicamente estrangeirada. Na verdade, não podia ser mais portuguesa e saudavelmente nacionalista.O desaparecimento da União Soviética foi, deste ponto de vista, particularmente infeliz por ter eliminado a potência cujas ordens eram cegamente obedecidas pelo PCP.Sem a orientação e o financiamento de Moscovo, o PCP deveria ter também fenecido e finado. Mas não: ei-lo. Grande chatice.Quer se queira quer não (eu não queria), sente-se na Festa do Avante! Que está ali uma reserva ecológica de Portugal. Se por acaso falharem os modelos vigentes, poderemos ir buscar as sementes e os enxertos para começar tudo o que é Portugal outra vez.A teimosia comunista é culturalmente valiosa porque é a nossa própria cultura que é teimosa. A diferença às modas e às tendências dos comunistas não é uma atitude: é um dos resultados daquela persistência dos nossos hábitos. Não é uma defesa ideológica: é uma prática que reforça e eterniza só por ser praticada. (Fiquemos por aqui que já estou a escrever à comunista).A Exposição do Mundo português era “para inglês ver”, mas a Festa do Avante! Em muitos aspectos importantes, parece mesmo inglesa. Para mais, inglesa no sentido irreal. As bichas, direitinhas e céleres, não podiam ser menos portuguesas. Nem tão-pouco a maneira como cada pessoa limpa a mesa antes de se levantar, deixando-a impecável.As brigadas de limpeza por sua vez, estão sempre a passar, recolhendo e substituindo os sacos do lixo. Para uma festa daquele tamanho, com tanta gente a divertir-se, a sujidade é quase nenhuma. É maravilhoso ver o resultado de tanto civismo individual e de tanta competência administrativa. Raios os partam.Se a Festa do Avante dá uma pequena ideia de como seria Portugal se mandassem os comunistas, confessemos que não seria nada mau. A coisa está tão bem organizada que não se vê. Passa-se o mesmo com os seguranças - atentos mas invisíveis e deslizantes, sem interromper nem intimidar uma mosca.O preconceito anticomunista dá-os como disciplinados e regimentados – se calhar, estamos a confundi-los com a Mocidade portuguesa. Não são nada disso. A Festa funciona para que eles não tenham de funcionar. Ao contrário de tantos festivais apolíticos, não há pressa; a ansiedade da diversão; o cumprimento de rotinas obrigatórias; a preocupação com a aparência. Há até, sem se sentir ameaçado por tudo o que se passa à volta, um saudável tédio, de piquenique depois de uma barrigada, à espera da ocupação do sono.Quando se fala na capacidade de “mobilização” do PCP pretende-se criar a impressão de que os militantes são autómatos que acorrem a cada toque de sineta. Como falsa noção, é até das mais tranquilizadoras. Para os partidos menos mobilizadores, diante do fiasco das suas festas, consola pensar que os comunistas foram submetidos a uma lavagem ao cérebro.Nem vale a pena indagar acerca da marca do champô.Enquanto os outros partidos puxam dos bolsos para oferecer concertos de borla, a que assistem apenas familiares e transeuntes, a Festa do avante enche-se de entusiásticos pagadores de bilhetes.E porquê? Porque é a festa de todos eles. Eles não só querem lá estar como gostam de lá estar. Não há a distinção entre “nós” dirigentes e “eles” militantes, que impera nos outros partidos. Há um tu-cá-tu-lá quase de festa de finalistas.É UM ALÍVIO A FALTA de entusiasmo fabricado – e, num sentido geral de esforço. Não há consensos propostos ou unanimidades às quais aderir. Uns queixam-se de que já não é o que era e que dantes era melhor; outros que nunca foi tão bom.É claro que nada disto será novidade para quem lá vai. Parece óbvio. Mas para quem gosta de dar uma sacudidela aos preconceitos anticomunista é um exercício de higiene mental.Por muito que custe dize-lo, o preconceito - base, dos mais ligeiros snobismos e sectarismos ao mais feroz racismo, anda sempre à volta da noção de que “eles não são como nós”. É muito conveniente esta separação. Ma é tão ténue que basta uma pequena aproximação para perceber, de repente, que “afinal eles são como nós”Uma vez passada a tristeza pelo desaparecimento da justificação da nossa superioridade (e a vergonha por ter sido tão simples), sente-se de novo respeito pela cabeça de cada um.Espero que não se ofendam os sportinguistas e comunistas quando eu disser que estar na Festa do Avante! Foi como assistir à festa de rua quando o Sporting ganhou o campeonato. Até aí eu tinha a ideia, como sábio benfiquista, que os sportinguistas eram uma minúscula agremiação de queques em que um dos requisitos fundamentais era não gostar muito de futebol.Quando vi as multidões de sportinguistas a festejar – de todas as classes, cores e qualidades de camisolas -, fiquei tão espantado que ainda levei uns minutos a ficar profundamente deprimido.POR OUTRO LADO, quando se vê que os comunistas não fazem o favor de corresponder à conveniência instantaneamente arrumável das nossas expectativas – nem o PCP é o IKEA -, a primeira reacção é de canseira. Como quem diz:”Que chatice – não só não são iguais ao que eu pensava como são todos diferentes. Vou ter de avaliá-los um a um. Estou tramado. Nunca mais saiu daqui.”Nem tão pouco há a consolação ilusória do pick and choose....É uma sólida tradição dizer que temos de aprender com os comunistas... Infelizmente é impossível. Ser-se comunista é uma coisa inteira e não se pode estar a partir aos bocados. A força dos comunistas não é o sonho nem a saudade: é o dia-a dia; é o trabalho; é o ir fazendo; e resistindo, nas festas como nas lutas.Hás uma frase do Jerónimo de Sousa no comício de encerramento que diz tudo. A propósito de Cuba (que não está a atravessar um período particularmente feliz), diz que “resistir já é vencer”.É verdade – sobretudo se dermos a devida importância ao “já”. Aquele “já” é o contrário da pressa, mas é também “agora”.Na Festa do Avante! Não se vêem comunistas desiludidos ou frustrados. Nem tão pouco delirantemente esperançosos. A verdade é que se sente a consciência de que as coisas, por muito más que estejam, poderiam estar piores. Se não fossem os comunistas: eles.Há um contentamento que é próprio dos resistentes. Dos que existem apesar de a maioria os considerar ultrapassados, anacrónicos, extintos. Há um prazer na teimosia; em ser como se é. Para mais, a embirração dos comunistas, comparada com as dos outros partidos, é clássica e imbatível: a pobreza. De Portugal e de metade do mundo, num Portugal e num mundo onde uns poucos têm muito mais do que alguma vez poderiam precisar.NA FESTA DO AVANTE! Sente-se a satisfação de chatear. O PCP chateia. Os sindicatos chateiam. A dimensão e o êxito da Festa chateiam. Põem em causa as desculpas correntes da apatia. Do ensimesmamento online, do relativismo ou niilismo ideológico. Chatear é uma forma especialmente eficaz de resistir. Pode ser miudinho – mas, sendo constante, faz a diferença.Resistir é já vencer. A Festa do Avante é uma vitória anualmente renovada e ampliada dessa resistência. ... Verdade se diga, já não é sem dificuldade que resisto. Quando se despe um preconceito, o que é que se veste em vez dele? Resta-me apenas a independência de espírito para exprimir a única reacção inteligente a mais uma Festa do Avante: dar os parabéns a quem a fez e mais outros a quem lá esteve. Isto é, no caso pouco provável de não serem as mesmíssimas pessoas.

Parabéns! E, para mais, pouquíssimo contrariado.”

 
em SÁBADO de 13 de Setembro de 2007

quarta-feira, setembro 01, 2010

"Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo."
José Saramago.

Pelos que têm paciência.
Pelos que esperam (um mês já foi).
Pelos que não têm nada a perder.
Pelos que não esperam para dizer o quanto amam.
Pelos que não desperdiçam a oportunidade.
Pelos que não têm pressa de usar palavras.
Pelos que as usam sem medo e sem esperar nada em troca.
Pelos que perdem tempo.
Pelos que não o perdem de maneira nenhuma.
Pelo tempo que confiamos ainda termos.
Pelos que não atropelam ninguém
                                                (nem se atropelam)
                                                                      em busca de sabe-se lá o quê.

E pelos que não têm paciência, nem esperam, nem dizem, nem usam, nem confiam.
Mas nunca pelos que atropelam. Pelos que desperdiçam.

(a José Saramago, escritor que trouxe para a Índia mas que ainda não toquei: nisto não tenho pressa.)

sexta-feira, agosto 27, 2010

Foi a forma que arranjei para celebrar...



We Can Do Anything - Gabriel Flies - Mikkel Solnado

Não sei porquê, mas ando mesmo a gostar deste dia 27...

sábado, agosto 21, 2010

"You've Got To Hide Your Love Away"



Esta vai para todos quantos precisam de esconder o amor. Eu preciso e quero mostrá-lo cada vez mais. E mostro-o aqui com esta música que alguém me mostrou. Cover do EV (original dos Beatles).
Por esta voz, pelo vídeo sem clip para não dispersar atenções, pela música gorgeous e que fica no ouvido.

Para ti que adoras Pearl Jam: esta canção põe-me bem-disposta por não precisar de esconder(-te), Lily! Por onde andas viver-nos, tu?

terça-feira, agosto 10, 2010

Vai um crepe? Estou mesmo a chegar...

(à chegada a Mumbai, foto tirada ao monitor do meu lugar )

Para as amigas. Porque percebem.
Pelo programa que adoro, pelo sentimento de não-originalidade nem do lugar, nem da ementa, nem do encontro, nem dos assuntos. É bom! Sempre com Chaplin para mim! :)

domingo, agosto 08, 2010

sexta-feira, agosto 06, 2010

Apresento-vos...

pneumoultramicroscopicossilicovulcanoniótico

a palavra portuguesa mais comprida!

O que foi feito do superescalifragifiliexpialidoso?...

terça-feira, agosto 03, 2010

as she goes in a store



"as she goes in a store
with a thought she has caught
by a thread"
 
Bem bom!
É isso e o "espelho de água". E os olhos de água.
E o ventinho... um vento antes da partida para relembrar que tudo vem e volta.
Eu espero voltar.  Para poder usar casaquinhos outra vez...
 
"And she fights for her life
as she puts on her coat"

domingo, agosto 01, 2010

"Sorri-lhe e saboreei com calma o magnífico café. A rapariga apertava as mãos e cerrava os dentes, lançando olhares furtivos às páginas do seu conto que eu colocara sobre a mesa, viradas para baixo. Aguentou um par de minutos sem abrir a boca.
- Que tal? - perguntou por fim.
- Soberbo.
O seu rosto iluminou-se.
- O meu conto?
- O café.
Olhou para mim, magoada, e levantou-se para arrumar as folhas.
- Deixa-as onde estão - ordenei.
- Para quê? É evidente que não gostou e acha que eu sou uma pobre idiota.
- Não disse tal coisa.
- Não disse nada, o que é pior.
- Isabella, se queres mesmo dedicar-te a escrever, ou pelos menos a escrever para que outros te leiam, vais ter de te habituar a que às vezes te ignorem, te insultem, te desprezem e quase sempre te mostrem indiferença. É uma das vantagens do ofício.
Isabella baixou os olhos e respirou profundamente.
- Eu não sei se tenho talento. Só sei que gosto de escrever. Ou, melhor dizendo, que preciso de escrever.
- Mentirosa.
Ergueu o olhar e fitou-me com dureza.
- Muito bem. Tenho talento. E tanto se me dá como se me deu que o senhor ache que não o tenho.
Sorri.
- Isso já me agrada mais. Não podia estar mais de acordo."


(O Jogo do Anjo, Carlos Ruiz Zafón)

Para quem me questionou se já vou com cinco páginas escritas... no mínimo! =)

domingo, julho 25, 2010

Vera Mantero II

Definitivamente, e se não for mais nada que alcance, os títulos das obras são um tanto.

Fica como reflexão também
(para que saibamos estar em silêncio,
mas queiramos sair da escuridão.
Ou parar de olhar para a luz que nos cega.):

"Para onde vai a luz quando se apaga?"

sexta-feira, julho 23, 2010

Vera Mantero com Palhaçadas sérias do Zé


                                 "Vamos sentir falta de tudo aquilo que não precisamos..."


É o nome da Obra que fui ver muito a medo. Apenas porque nunca tinha percebido esta coreógrafa/bailarina. Ao ponto de olhar com ar de gozo, para quem me desafiou, pois achei que nunca iríamos perceber. Como se a Arte fosse como tudo o resto que tentamos entender...

O que é certo é que muita gente saiu a maldizer o preço que pagou, outros em êxtase como em todas as obras dela que elogiam. E eu, finalmente, entendi que a Arte depende mais de mim do que do autor. Do meu estado de espírito, da minha abertura.

Naquele dia, com a nossa conversa sobre a Vida
(qual menina vistosa em aldeia invejosa da sua juventude e beleza e sociabilidade com o género masculino),
mais falada não há, sobre o não haver mal em não sabermos o passo a seguir, em não querermos a vida igual à dos outros, em conquista de nós mesmos
(longe eu de saber que ia mesmo decidir pelo passo que vou tomar)

Sei que a mim "Vamos sentir falta de tudo aquilo que não precisamos..." fez-me todo o sentido pelo desprendimento, pelo esvaziar das nossas cabeças, dos nossos pré-conceitos, para me aperceber que perdemos muito tempo com o menos importante, que não deixamos a cabeça ocupar-se do que é essencial e necessário, que tantas vezes vivemos adormecidos em sociedade, o que automaticamente anula o sentido de viver em sociedade...

O espectáculo, longo em desespero e repetição, punha seis pessoas em palco, uma de cada vez, a levar cabeças de manequim e a tirar de lá de dentro,
espalhando num chão cada vez mais caótico e colorido e confuso e familiar
tudo aquilo do qual as cabeças se ocupavam: carros, cartões, rebuçados, molas, bolas...
Não teve praticamente palavras, apenas uma música brasileira (e que infelizmente não consegui identificar...) lá para o final. Uma mensagem final de esperança, de não entrar em desespero, de não andar a correr quando o destino é "lado nenhum".


Foi em Junho, mês das cerejas e das conversas infindáveis e inconcluídas... sete anos depois.
Abraço palhaço, Palhaço!

quinta-feira, julho 22, 2010

"Se admitirmos que a vida humana pode ser regida pela lógica, a própria possibilidade da vida é destruída."






(Christopher McCandless, Into the Wild)