"Heroes é antes de mais uma simples constatação, a convicção de que cada um de nós é, talvez, o herói da sua própria vida; por vezes escondido, de forma intermitente sem dúvida nenhuma [...] É um conceito difícil para a nossa geração que aos poucos se despolitizou e arredou a figura do herói. Por pudor, por cinismo, por desencanto."
Talvez por isto, no final da dança se ouviram apupos ao ouvir cantar Grândola Vila Morena que até gostei de ouvir naquela pronúncia francesa =)
Mais um espectáculo de dança, desta vez com a amiga Raquel, em que se movem como bonecos de nós mesmos. O movimento, a expressão, a liberdade e libertação. O subir de grades, muros, e armações, os gritos e diálogos ferozes, o incómodo e perturbador, a beleza dos corpos, o movimento em slow motion, ao mesmo tempo que se sente o acelerar dos corações, o despoletar de emoções...
Os heróis estavam lá mas fomos nós, plateia, que fomos focados no final. Foi uma visão engrançada e estranha, em que de repente, ficámos nós no centro do espectáculo. No palco, os dançarinos cantavam juntos e calmos o "Grândola..." enquanto nós tínhamos sobre nós os holofotes brancos. O palco às escuras e nós completamente iluminados... os olhares cruzam-se e nós expostos aos olhos de quem foi lá para nos ver... os bailarinos foram ao espectáculo para nos verem =)
[wanna be my hero? =)]
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