Hoje, o meu último dia oficial de férias, andei. Muito até. Embora seja muito o relativo quando se diz "gostar muito de alguém", "querer muito gelado", "muito tempo"...
Mas gosto de andar, por Lisboa ou qualquer outra cidade mais pacata que continuo a achar que quero viver por uns tempos (muito tempo?), que é outra definição bizarra.
Ser mais uma em Lisboa nem sempre é frio. É tão bom. Vemos rostos e passamos, ou não vemos rostos e eles passam por nós. Porque os rostos que vemos são os que passeiam na nossa cabeça. Os familiares e os menos familiares. Os que recusamos e nos assaltam e os que forçamos a lembrar. Por justiça? O que isto tem de justo?
Almocei com amigos que me serenam, embora o petit gateau me tenha levado a um estado espiritual mais conturbado, e todos sabem como é desanconselhado nesta época =) O Nuno até criou ali uma relação própria com aquele pequenino bolo frágil, deixando-nos às duas a palrar sobre os encantos daquela sobremesa, enquanto o Nuno continuava no seu momento zen!
Depois caminhei até uma amiga que me disse que há conselhos que não se dão, e eu bem sei. Então deu-me os conselhos que se podem dar: "põe-te linda e vai andar um pouco antes do almoço. Passa na Gulbenkian e cheira as flores! Escreve um poema com o que sentes e sorri para o mundo lá fora!".
Para variar tantos outros que não sigo, destes conselhos ousei seguir quase todos: achaste-me bonita :) caminhei não antes mas depois de almoço, o que não deve ser grave, não escrevi um poema, mas comprei um livro de poesia, o que deve de certa forma compensar, e escrevo agora em prosa a minha incapacidade de escrever em poesia em que tu sabes tão bem expressar-te. Só falhei as flores na Gulbenkian mas como ainda tenho aqui em casa, não deve ser grave.
Ahahahaha,
agora olho para o que escrevo e quando escrevo que segui os conselhos mas depois noto que os alterei para o que me conveio mais... Enfim... Faz-me um favor, Andreia! Não me voltes a receber em bata ou eu não me responsabilizo :)
Depois aconselhaste-me uma música de Justin Vernon que iria ajudar em assuntos do coração. E eu disse-lhe que não conhecia e que neste momento o meu coração estava mais com a batida do Justin Timberlake. Adoro estas chalaças das duas. Mas conheci o Vernon. Ou melhor, Bon Iver. Uma feliz descoberta ao som da qual escrevo estas palavras. Bom, como me conheces e saberias o que me acalmaria e levaria à criação. Agora também eu quero ver os quadros que pintaste a ouvi-lo :)
Deixo uma das letras que busquei deste senhor melancólico, como só a melancolia boa pode ser.
Skinny Love, Bon Iver
Come on skinny love just last the year
Pour a little salt we were never here
My, my, my, my, my, my, my, my
Staring at the sink of blood and crushed veneer
I tell my love to wreck it all
Cut out all the ropes and let me fall
My, my, my, my, my, my, my, my
Right in the moment this order's tall
I told you to be patient
I told you to be fine
I told you to be balanced
I told you to be kind
In the morning i'll be with you
But it will be a different "kind"
I'll be holding all the tickets
And you'll be owning all the fines
Come on skinny love what happened here
Suckle on the hope in lite brassiere
My, my, my, my, my, my, my, my
Sullen load is full; so slow on the split
I told you to be patient
I told you to be fine
I told you to be balanced
I told you to be kind
Now all your love is wasted?
Then who the hell was i?
Now i'm breaking at the britches
And at the end of all your lines
Who will love you?
Who will fight?
Who will fall far behind?
Fosga-se que apaixonei-me por esta música...
Entretanto, o novo verbo que adquiri e que é uma nova acção, depois de em tempos incluir o de "amizar", foi PENSEAR.
Que foi o que hoje fiz. Penseei muito. Passear a pensar, ou pensar a passear. Que interessa! É o que me dá prazer fazer... porque se pensentar... adormeço. E a dormir já andamos e nada se passa, tudo se perde.
Menos o descanso.
Foram umas boas férias...
Se fosse professor de Portugues, levaria esse verbo amanha para a aula e punha os miudos a pensarem no que é que significava. Claro que depois iam para casa dizer que aprendiam coisas novas, falavam em "Pensear", os pais achavam que o Prof de portugues era doido, e pumba, vinha la uma acçao disciplinar.
ResponderEliminarMas nao sou Professor de Portugues. Tambem gosto de Pensear. Eu de pensar que consigo faze-lo. Às vezes falta tempo para o fazer.
Hoje vi-te, mas nao parei. Isto do tempo tem destas coisas.
André
P.s.: Descobri agora que reza a lenda que foi José de Arimateia que fundou a primeira igreja em solo britânico. Muitos anos depois, ha um por Carnide :)
Eu é que agradeço a visita...ando de bata nas duas "profissões",uma branquinha a outra cheia de cores...quanto às músicas são elas que trazem tantas vezes alma aos nossos corações e essas adoro...
ResponderEliminarutilizarei este verbo também, até porque o que não existe tem de ser inventado senão ainda pensaríamos que a terra era quadrada e nunca lhe encontrámos nenhum canto, pois nao?
obrigada eu por me compreenderes e se não o consegues fazer por me abraçares somente.
e sim, estavas bonita...como sempre.
estou contigo,já sabes, como nos casamentos, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza...porque já passámos tanto, mas somos nós(e isso é certo!)beijo
Hei!
ResponderEliminarTb te vi há pouco tempo... mandei-te mensagem a perguntar se não se fazia barba e a dizer-te que estavas giro... :) Se calhar não tens o número!!
Não deixes que o tempo tenha destas coisas... aborda-me, puxa-me, chama-me... ou faz-me uma rasteira! O mais provável é agarrar-me a ti numa gargalhada!
Dri... que dizer! Esqueci-me mesmo da outra bata colorida... continuo a achar mais sexy e branquinha... :)
Foi bom ir até ti só para me ouvires. E rires e olhares com os teus olhos doces, sorrires e repetires outra vez... "ai Janica... é importante é estares bem contigo mesma".
Lembrar-me-ei disso!
Bjs aos dois!