quinta-feira, dezembro 22, 2005

Frio quentinho com cheiro a castanhas do alto de um pinheiro gigante!

Depois do jantar de Natal, e de todos os bons sentimentos que passaram (e ficaram) por mim, começava a render-me aos enfeites, às luzes, às prendas, aos programas especiais, às encomendas dos fritos (um ou dois só para provar), ao bolo-rei, às couves-portuguesa cujo preço quadriplica...
O que se passou iniciou o meu Natal. Estava a acontecer...
Pude assim sentir a magia! Celebrei, contra todos os narizes torcidos pelos quais passei, a chegada do Inverno! E celebrei a sério... esperei pelas 18h33min para começar a saltar e a anunciar o Inverno. Acho que irritei algumas pessoas no local onde trabalho... e para os que me diziam que o Inverno traz a chuva e o frio, eu respondi que também traz a Primavera!!... É só esperar... e saber esperar é uma das mais infinitas sabedorias humanas. Algo que se aprende e que podemos controlar. É preciso respirar fundo!...
E ainda que a ponta dos nossos narizes estejam sempre geladas ou comecem a ficar húmidas, bem como as pontas dos dedos, é infinitamente bom encontrar um abraço mais quente e umas mãos amigas que nos acolhem. Sentir que o frio que nos faz andar mais contraídos não pode entrar nos nossos corações se descontraírmos os músculos e confiarmos no sobretudo. O mesmo sobretudo que por vezes não nos deixa ter grandes movimentos de braços para nos agarramos num repentino puxão no metro... No metro, onde todas os olhares se cruzam e descruzam, todas as pessoas que toco sem querer tocar, toda a pressa que levo comigo, sem pressa pois a pessoa que espera é amiga e aguarda-me com um sorriso meigo, quase infantil. Claro, que cheguei em segundo lugar, que no caso representa o último, e no início das escadas, quando espreitei por entre os corpos enchouriçados, olhei e vi lá no cimo a Necas querida com um casaco mais fino que o meu, e com o gorro posto. Devia estar cheia de frio... Mas o abraço foi quente.
“-Desculpa! Estavas há muito à espera?”...
Descemos a “rua d’ A Brasileira”, e logo nos deparámos com o Natal.
Pelo menos, o das cidades. Arcos com luzes liláses que nos iluminavam os olhos, a música condizente com a época, as pessoas que mais uma vez se cruzavam e tentavam não se chocar com os sacos de prendas. Umas compradas com todo o esforço, imaginação e dedicação, e outras prendas do "tem que ser" e do “ai, é só uma gracinha”. Ficámos logo encantadas com toda aquela ambiência... Fui eu que sugeri irmos até à baixa “ver as luzes”. A Inês ficou agradada e lá estávamos nós a desviarmo-nos das centenas de pessoas que eu pensei que não estivessem naquele frio. Ali estávamos a cumprir o nosso lanchinho antes da partida, de novo, para o Brasil. Falámos banalidades, daquelas que só não são banais por serem com amigos. Daquelas que sabem bem, que nos mostram que meses de afastamento reduzem-se a um pequeno nada. Uma interrupção que não parecia ter existido nas conversas.
Dizia-me a Inês que lhe custou ter passado o São Martinho sem castanhas e eu confessei-lhe que ainda não tinha comido castanhas de rua. Não era tarde, nem cedo. Uma rodada paga pela Necas =P
Aquele cheirinho (não estavam propriamente quentes!!), o frio, as bancas de solidariedade, de instituições das quais nunca ouvimos falar, as abordagens de rua por grupos de Pai-Natal organizados (mas não era só um??), os Índios vindos de um local cuja música natalícia não consta. Tentavam ganhar alguns trocos e vender Cd's quando a Inês pergunta se não me fazia lembrar nada, nem ninguém. Como não?? Rimo-nos e começámos bem alto a fazer concorrência «Eia maheá, mháeiaá oh, mahéia eh ah mahooo...» (Como escrevê-lo?)
Conversávamos de forma aparentemente distraída, mas ambas esperávamos mas também tardávamos a surpresa para lá da Rua Augusta... Não tivémos pressa de lá chegar... esperámos para que nos aparecesse à frente... “BRUTAL!” Rimo-nos mais um bocado e foi ao dar a volta à praça do Comércio que o Natal voltou a fazer-se sentir. Sentimo-lo dentro de nós a acontecer. E foi tão bonito! A música tão alegre e tão natalícia, os cheiros, o frio, as luzes, a árvore, o encanto de quem tirava fotos (a Inês ainda conseguiu aparecer nas recordações de outra família LOL)... Abraçámo-nos felizes e trocámos uns GMT... voltámos a fazer concorrência aos senhores das penas na cabeça...
Andámos por mais umas ruas até ao metro, deliciadas por termos ido visitar aquela Lisboa... Até que nos enfiámos no Colombo =P e apesar de necessário fez-nos ficar indiferentes aos enfeites natalícios daquele local... nao é justo, eu sei, mas o Natal foi mesmo estar com ela. Obrigada Inês! Gostei assim muuuuuuiiito.
*** Bom Brasil***

2 comentários:

  1. Estas duas miúdas são lindas!
    A sensibilidade, os sorrisos, as brincadeiras, as conversas...
    Lindas de morrer! =)

    [o que me vale é que como iogortes Longa Vida... =)]

    ResponderEliminar
  2. Joana!!!!!
    estou assim....PFFF....sem palavras!! ;)
    Não me canso de dizer que és uma pessoa linda...por dentro e por fora!! :D
    Também adorei esse fim-de-tarde... sem duvida, a primeira sensação natalícia do ano..dia 23!! :p é que foi mesmo... BRUTAL!!!
    Muito Obrigada pela companhia... GMT linda...
    E apesar de longe, nao passa um dia sem que me lembre de ti ;)
    beijao enorme...adorei o post!! :$
    EU ACREDITO!

    ResponderEliminar