O Deserto

“Depois de andarmos horas em silêncio, a noite caiu e as estrelas começaram a iluminar-se. Avistava-as como num sonho, já com um pouco de febre, por causa da sede. As palavras do principezinho dançavam na minha memória:
- Então tens sede, também tu? Perguntei-lhe.
Mas ele não respondeu à minha pergunta Disse-me apenas:
- A água também pode ser boa para o coração...
Não compreendi a sua resposta mas calei-me... Sabia bem que era preferível não o interrogar.
Ele estava cansado. Sentou-se. Sentei-me perto dele. E depois de um silêncio, disse-me ainda:
- As estrelas são belas, por causa de uma flor que não se vê...
(...) - O deserto é belo, acrescentou ele.
E era verdade. Gostei sempre do deserto. Sentamo-nos sobre uma duna de areia. Não se vê nada. Não se ouve nada. E no entanto qualquer coisa brilha em silêncio...
- O que torna belo o deserto, disse o principezinho, é que ele esconde um poço em quaquer lado...(…)- Sim, disse eu ao principezinho, quer se trate da casa, das estrelas ou do deserto, o que faz a sua beleza é invisível!”

O Principezinho, XXIV

Mais uma etapa, mais um desafio!

Nesta passagem do Principezinho, houve uma frase que de facto me intrigou... e que continua longe do meu entendimento (ou, então, perto mas não consigo alcançar!):

«- A água também pode ser boa para o coração...»

A outra frase diz respeito a uma coisa sobre a qual tenho conversado com um amigo... mas que se calhar não tenho sido muito expressiva (logo, eu! :( com falta de expressão!):

«- As estrelas são belas, por causa de uma flor que não se vê...»

Todos sabemos gostar do Sol e das Estrelas! Mas eles só são bonitos e agradáveis porque nós lhes damos essa importância. O que lhes dá esse encanto é a nossa beleza interior! É belo porque amamos, rimos, sorrimos, e sentimo-nos perto de Deus.

Pensamos no Sol como um TODO... não nos centramos nos seus malefícios da exposição, por exemplo! É Belo porque nós o vêmos assim! Porque NÓS lhe damos essa importância! Assim é com as pessoas! Aprendemos a gostar até dos espinhos!

Que poço é este que o deserto esconde? Será a saída das nossas encruzilhadas? Porque tantas vezes desesperamos à procura, em vez de termos fé que ele vai aparecer!

Quem beber desta água...