"Sorri-lhe e saboreei com calma o magnífico café. A rapariga apertava as mãos e cerrava os dentes, lançando olhares furtivos às páginas do seu conto que eu colocara sobre a mesa, viradas para baixo. Aguentou um par de minutos sem abrir a boca.
- Que tal? - perguntou por fim.
- Soberbo.
O seu rosto iluminou-se.
- O meu conto?
- O café.
Olhou para mim, magoada, e levantou-se para arrumar as folhas.
- Deixa-as onde estão - ordenei.
- Para quê? É evidente que não gostou e acha que eu sou uma pobre idiota.
- Não disse tal coisa.
- Não disse nada, o que é pior.
- Isabella, se queres mesmo dedicar-te a escrever, ou pelos menos a escrever para que outros te leiam, vais ter de te habituar a que às vezes te ignorem, te insultem, te desprezem e quase sempre te mostrem indiferença. É uma das vantagens do ofício.
Isabella baixou os olhos e respirou profundamente.
- Eu não sei se tenho talento. Só sei que gosto de escrever. Ou, melhor dizendo, que preciso de escrever.
- Mentirosa.
Ergueu o olhar e fitou-me com dureza.
- Muito bem. Tenho talento. E tanto se me dá como se me deu que o senhor ache que não o tenho.
Sorri.
- Isso já me agrada mais. Não podia estar mais de acordo."
(O Jogo do Anjo, Carlos Ruiz Zafón)
Para quem me questionou se já vou com cinco páginas escritas... no mínimo! =)
Julgas que te safas com desculpazinhas?
ResponderEliminarjá devias ter acabado duas bics.
vá...
tens desculpa agora que vais para goa.senão...tautau.
hasta luego guapa : )