Nesta desacelaração
espero que os dias corram iguais,
uniformes e sem resistência.
Procuro de cada mistério
entender o mais simples.
Fico pelo que é mais rente,
mais sólido, com menos construção.
Já não chega ter os horários,
as entregas e as rotinas,
para aceitar o ritmo de furo lento
da vida. Mais próximo cresce o detalhe.
É mais precisa a dúvida.
Cai a tarde e a pausa continua
e com ela expira o natural desejo
de um prazer, um apetite pela
diagonal de luz que vai dividindo
o espaço, a marca invisível
que fica de mais um dia.
(A tarde, Rui Miguel Ribeiro)
Ao novo começo ou ao novo fim.
Uma página virada ou capítulo encerrado.
Palavras tão próprias que as tenho como minhas. E tão do outro que as escreveu, que me conforta sentir o que já foi sentido.
Numa tarde destas em que celebro uma história de amor, a da Vanessa e JP, que me faz esquecer as rupturas e pensar nas oportunidades. Na desacelaração para entrar noutra faixa de rodagem...
Os dias correm iguais.
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