sexta-feira, junho 16, 2006

My life is brilliant...


















My life is
brilliant.
My love is pure.
I saw an angel.
Of that I'm sure.
She smiled at me on the subway.
She was with another man.
But I won't lose no sleep on that,'
Cause I've got a plan.

You're beautiful.
You're beautiful.
You're beautiful, it's true.
I saw your face in a crowded place,
And I don't know what to do,
'Cause I'll never be with you.

Yeah, she caught my eye,
As we walked on by.
She could see from my face that I was,
Flying high,
And I don't think that I'll see her again
,
But we shared a moment that will last till the end.

You're beautiful.
You're beautiful.
You're beautiful, it's true.
I saw your face in a crowded place,
And I don't know what to do,
'Cause I'll never be with you.

You're beautiful.
You're beautiful.
You're beautiful, it's true.
There must be an angel with a smile on her face,
When she thought up that I should be with you.
But it's time to face the truth,
I will never be with you.

Et voilá... Esta é a música prometida! O post esperado (entre os 4 meses de atraso, bem sei... =S) Quase após um ano de a ver comentada por entre Sorrisos Profundos, uma música que enervou tanta gente e enerva (macacos Gervásios, por exemplo =P), que me disse tanto em determinada altura da minha vida, tanto que está descrito nesses sorrisos e tanto que às vezes me faz pensar no contexto em que a comecei a ouvir... as primeiras vezes (antes das 390 vezes diárias que passava nas nossas rádios), no carro do Tó, a caminho da casa da Anita no Estoril, em que despertei para a música e fiz com que outros a ouvissem...
A razão pela qual esta música povoou tanto as minhas cantorias este último ano, é mais do que ser vencida pelo cansaço, é também a mesma razão pela qual fui assistir ao concerto (com a Maria e com o Tó). Há músicas que nos marcam, uma época, uma relação, umas férias, uma vida, um instante. Há músicas que têm em nós um efeito catártico, um efeito desinibidor, um efeito auto-avaliador... há músicas que por trás dos seus versos fáceis, nos fazem sonhar do quanto gostaríamos de nos ver retratados. A razão pela qual há certos posts que demoram a sair é porque esperam pelo tempo certo, que não pode ser antes; pelo ser acertado do próprio post, que não poderia ser menos que isto...

Quando a ouvia, não a sentia como canção triste, até porque uma troca de olhares intensa e de que valham a pena contar histórias nunca pode ser uma cena triste. É um momento que vale o instante-limite (como recentemente tenho vindo a descobrir ;) e a nominá-lo). E mesmo o seu final que considerei em tempos triste é agora a razão de ser desse instante-limite, desse amor que está mas não é, ou é mas sendo de forma tão equilibrada, e correspondendo a um tempo que até assusta. Porque há um tempo para tudo, e mesmo quando achamos que somos levados pelo destino ou pelas imposições da nossa Sorte, acabamos por nos render a uma evidência. Falei há pouco tempo com uma amiga sobre isso (JGMB... oh, que fada que me saíste), que ainda que nos queiramos lamentar de que as coisas acontecem como têm de acontecer, acabamos por nos angustiar, pois decidimos mais do que queríamos admitir. Escolhemos. E escolhemos igualmente ser tocados, afectados por estes "eternos", estes eternos que nos preenchem, cativam, e formam a nossa História. Formam-nos, são já parte integrante da nossa forma de ser e pensar e querer e amar...
E essa forma de amar sem ciúme e sentimento de posse, uma forma de amar pura e que nos "devolve os sentidos", e que nos muda e ao nosso mundo de forma tão bonita e contemplativa, que nos faz apreciar todas aquelas visões que temos como certas, como o contemplar do mar, da chuva, do sol, não é um dado adquirido. Nasce expontaneamente, mas alimenta-se e faz-se crescer, amadurecer. Não é uma euforia, um acordar repentino, uma necessidade súbita. É, na verdade, "uma certeza que se mantêm mesmo com a distância e que torna a distância em algo sem importância para pensar". É, na verdade, tanto que já sentíamos como verdade, como a serenidade e luta, a construção (e só pode ser construção, pois se fosse adquirido não se sofreria por ele, não se escreveria sobre ele, não se teria códigos: Cor.I.13, 1-8). É, na verdade, o deixar que nos amem para podermos ser bem-amados. É, na verdade, a conjugação tão feroz de tantas opiniões e sensibilidades, "uma conformação talvez, mas que se torna suficiente, mantém-se leve e permite aceitar, num despojamento total de tudo o que é trivial, que o caminho continua a ser em direcção ao azul, como o azul do mar...". É, na verdade, aquilo que eu e Ti pensámos. E ti, e si, e fá, e sol, e lá pensámos e que com todas as notas possíveis ouvimos tantas vezes a música, até que ganhasse sentido. Diferente para cada um, como convém a uma música. =)

Para o próprio James Blunt, e porque vi em entrevista ;), a história refere-se a uma ex-namorada que ele viu no metro (desnecessário! bastava olhar para a letra =P...), e que já não via há anos, porque entretanto foi para a guerra do Kosovo (onde se alistou com o único intuito de ganhar dinheiro para se dedicar à música). Encontrou-a com outra pessoa, mas o instante em que os seus olhos se cruzaram ele teve a reminiscência (ou instante-limite =P) do que tinham vivido. Esse momento irá durar para sempre. Como todos aqueles que nós próprios queremos que durem. Sem angústia, impotência, sofrimento, claro.
Esse amor em que se oferecem estrelas, em que se conseguem sentir pequenos milagres, é "o" amor. Que se vive, vivendo, deixando-o florescer, despojado do que o possa minar (ideia muito bem executada no videoclip de grande brancura =), quando James Blunt esvazia os bolsos dos seus pertences, do que é seu e do que é sEu, e se atira para esse mar frio, mas sempre purificador, como o pode ser o próprio Amor).
E assim já não a posso encarar canção alegre/canção triste, mas sim canção alegre/canção mudança, crescimento, entendimento.

O António e a Maria foram os meus companheiros no concerto e concordámos os três, que apesar de um espectáculo curto, este rapazito tem um grande vozeirão (facilitado pela acústica maravilhosa do Coliseu), uma grande simpatia e capacidade de interpretação de alguns temas, como o Wiseman e Bravery, em que o acompanhamento do piano com imagens de guerra como pano de fundo mostram a ligação deste cantor a este flagelo que ele mesmo viveu. Adorei ter ido convosco!
Teres-me pegado às cavalitas foi um acto heróico, Tó! Adorei, obrigada! :) Como é bom ser/estar alta para ver e ouvir melhor :)

Mas é agora, ao olhar para trás, com o sorriso mais profundo que consigo, e que ficará atracado à memória desses "momentos que são prolongados para sempre porque se ama", que consigo "olhar" para esta música, para o espaço e tempo que teve e tem e encarar o tempo, o hoje:

"But it's time to face the truth,
I will never be with you." =)

For my little sweet James... bye ;)


[Parabéns à menina Madalena, pelos seus imensos dois aninhos =)]

4 comentários:

  1. "Uma forma de amar mais pura, mais absoluta, em que por vezes basta ver um sorriso, basta relembrar o rosto numa fotografia, basta sentir que esse alguém está bem e feliz, para se continuar a voar."

    A mais bela forma de amar...
    Tantas vezes esse aparentemente vago instante-limite que ficará para sempre sublinhado nas linhas que escrevem as nossas histórias limpas e que por isso nos deverá apenas fazer sorrir. "Uma conformação talvez, mas que se torna suficiente, mantém-se leve e permite aceitar, num despojamento total de tudo o que é trivial, que o caminho continua a ser em direcção ao azul...". O azul com que continuaremos a sonhar...

    Sorrisos profundos que são parte de nós, parte do nosso crescimento, parte da mudança e do verdadeiro entendimento, "como todos aqueles que nós próprios queremos que durem. Sem angústia, impotência, sofrimento, claro."

    Alguém disse um dia que "é a possibilidade de amar alguém que torna a vida um desafio agradável de vencer". Mais do que as montanhas, os rios, os vales. Mais do que todas as estrelas do céu e do mar. E é só a isso que nos devemos a cada momento agarrar.

    É bom ver-te de novo bem e a sorrir. É bom ver-te de novo com os pássaros a voar. É bom sentir de novo a tua alma brilhar. É bom, é tanto...

    Queria apenas dizer que guardá-Lo-ei também na minha caixinha junto de tantos outros momentos e beijos. A caixa onde cada um de nós volta quando quer rasgar um sorriso e relembrar.

    Do teu querido pequeno James,

    Adeus... =)

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  2. You're B E A U T I F U L !

    =)***

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  3. Encontrei o teu blog por um acaso muito engraçado :) amei o teu blog, lindo, espelho reflector da tua pessoa :) apesar das voltas que a vida dá, há memórias/timings que permanecem para sempre, e que, se por um lado são efémeros, por outro têm a particularidade de serem eternos (3nós...e todos os timings :).
    um beijinho grande e folgo em saber que a beleza=amor=simplicidade ainda existe...
    Inês

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